1. Pessoas que insistem em falar quando você quer prestar atenção em outra coisa. Fico extremamente concentrada quando estou em meio a algo que me interessa, como um programa de televisão, um filme, um livro, uma música. E odeio, eu disse, ODEIO quem chega interrompendo, quem simplesmente não respeita o espaço do outro e quer impor a sua necessidade de se comunicar...
- Que filme é esse?
- Chicago.
- Faz tempo que começou?
- Está na metade.
- Ahh. É aquele que ganhou o Oscar?
Enquanto isso, os diálogos vão passando e você vai perdendo toda a concentração... ‘
- É. Esse mesmo.
Encerra-se o assunto, volta-se o filme do ponto em que você ainda tinha um pouco de paz para assistir. Até que...
- Como é o nome dessa atriz?
O nível de ódio e impaciência vai crescendo à medida que os mesmos diálogos passam e você não consegue, pela segunda vez, entender o que está sendo dito...
- Renée Zellweger.
- Essa é a que fez King Kong?
- Não. '¬¬
- Tem certeza? Se parece muito. Eu acho que é.
- Não é.
- É sim. Ela fez King Kong. Fez O Chamado também.
- Não é a mesma pessoa. O nome dela é... Naomi Watts.
- É? Qual outro filme que essa daí fez?
- Afe! Eu estou tentando ver um filme!!!!!!!!!!!!
- Você também... É muito estressada! Ninguém pode falar nada com você.
- ... ‘¬¬
Diálogos assim já se repetiram infinitas vezes entre meu pai e eu. Não sei, mas ele simplesmente tem o dom de puxar assunto quando chega em casa e me pega assistindo a algum filme. E sempre fica bravo quando me irrito. Pode? Eu fico totalmente estressada! E ainda tem aqueles casos em que não é nem com você que a pessoa está falando. Normalmente, pessoas que dividem uma televisão sofrem desse problema. Você está lá sentadinha, vendo o seu programa favorito. Chega a amiga de sua amiga e elas começam a papear ali mesmo. Não é um papinho. Um diálogo entre um choro e um beijo da novela. É aquele papo, em que não se vislumbra a menor previsão de um fim próximo. Ódio, ódio, três vezes ódio mortal!!! Claro que, dependendo do humor do dia ou das quantidades de cortesia e paciência no sangue, as reações variam: de um sutil pssiiiIIUUUUUUUUU! (Os meus são sempre crescentes!), a um quase delicado “Vocês não prefeririam conversar na cozinha?”, até o ríspido “Calem a boca!”.
2. Em tempos de eleições, há muitas coisas que merecem destaque entre as capazes de causar o ódio coletivo. Propinas, poluição visual, horário político e todo aquele blá blá blá de sempre. Mas nada é mais irritante que os famigerados carros de som de político. Eles estão em todo lugar, como uma praga. Em casa, no trabalho, no seu momento de lazer, sempre repetindo aquelas “marchinhas” do cão, com o nome do maledeto candidato, o número da besta, tudo recheado com aqueles clichês políticos de sempre. Um horror!! E as músicas? Dependendo do hit do momento, podem ser ouvidas várias versões da mesma pérola da MPB!! Af. Criatividade zero. E o pior é que o povo é pago para fazer isso! Ah, esqueci de falar que eles escolhem os horários mais impróprios para aparecer. Se bem que... TODOS os horários são impróprios. Hehehehehe Outro dia, cheguei em casa super tarde da balada. A única coisa que queria era dormir. Dormir, dormir, dormir até acordar com dor nas costas de tanto ficar deitada. Quando surgiu do quinto dos infernos aquele carro de som e deve ter parado bem em frente ao meu prédio! (Eles adooooram aparecer em bairros bem residenciais para infernizar todos os moradores. Será que podemos ver nisso traços de sadismo?) Loucura, loucura, loucura, como diria Luciano Huck. QuaRENta, CENto e vinte DOIS, Nelson Freire é QuaRENta, CENto e vinte DOIS! E isso prosseguiu por muitos, muitos, intermináveis, incontáveis e totalmente desesperadores minutos. Quando finalmente pensava que a marcha fúnebre tinha acabado ou que algum outro morador ensandecido tinha jogado uma bomba bujão no carro, eis que recomeçou tudo de novo. Numa das partes mais dramáticas, eles davam uma paradinha e... QUATRO! – HUM! – DOIS! – DOOOIS! QuaRENta, Cento e... ‘¬¬ No meu íntimo, eu dizia: Não vou me estressar. Vou tentar dormir, vou tentar dormir. Mas era demais para o meu pobre cérebro. Já em total delírio, concluí: Vou decorar o nome desse djabo de candidato do cão para fazer propaganda negativa!! Portanto... NÃO VOTEM NO CANDIDATO QUE TEM A PÉSSIMA MANIA DE SAIR COM CARRO DE SOM FAZENDO "ZUADA" E ACORDANDO O POVO EM PLENO DOMINGO!! Ai... Sinto-me bem melhor! ;)
3. Pessoas que cutucam as outras ao falar. Eu tenho um tio que só sabe falar cutucando. Batendo no braço, pegando no ombro, enfim, ele tem que manter algum contato físico para conseguir falar. Como se houvesse algum tipo de mecanismo que o impossibilitasse de falar se ele não tocasse em alguém. Só pode! Esse meu tio passou dois dias na minha casa. Mas ao final do primeiro dia, eu estava me esgueirando no supermercado, em casa, me afastando mesmo, tentando fugir das suas mãos onipresentes. Não agüentava mais! Meu Deus! Tudo tem que ter um limite. E olhe que não sou daquelas pessoas que não gostam de contato físico. Eu beijo, abraço, pego na mão. Mas ter alguém sempre pegando em você, batendo no braço enquanto fala, é um tormento. Eu estava ficando louca já. Só de imaginá-lo falando me dava calafrios, agonia, me fazia ficar BEMMMM longe. Aff. É péssimo. Só quem foi vítima de uma pessoa como essa sabe do que estou falando.
4. Fazer/Arrumar a feira. Morar só é uma alegria! Ah! Sentimo-nos mais livres, sem toda aquela cobrança de casa. Chega a ser uma conquista: adquirir a tão sonhada independência. As provações são muitas: limpar a casa, cuidar das suas roupas, comprar comida. Enfim, uma série de ações das quais dependem o seu bem-estar e sua sobrevivência. Mas, como nem tudo são flores... Estas mesmas ações que lhe conferem independência, também dão muito trabalho. Só de pensar, já me dá sono. Eu adorava fazer a feira... quando era criança. Ficava sentada no carrinho, ou correndo pelo supermercado, sempre pegando aquelas tranqueiras, implorando aos meus pais para comprarem. Era muito divertido. Todos aqueles produtinhos coloridos, aquela seção de doces, de chocolates... Um parque de diversões! Porém, as coisas mudam de figura depois que crescemos. Agora, temos que fazer uma lista de compras, atentando para não esquecer de nada. Descobrir naqueles milhões de produtos o com melhor custo/benefício. Ter a coragem de arriscar uma nova marca de molho de tomate, com medo de que aquela sua macarronada suculenta vire uma sopa vermelha com gosto de sabão (!). Lembrar de todas as marcas de creme de leite que já comprou e identificar aquela que não tem uma consistência boa. Escolher carne, frango (Alguém quer uma coxinha de asa aê? Ho ho ho), fazer a minuciosa seleção das frutas, verduras e legumes. É muita coisa!! Depois, vem a parte mais dolorida: pagar. Na minha infância querida, nunca nem me importei com isso. Enquanto meu pai pagava, eu ficava vendo os empacotadores embalarem os produtos e colocarem naqueles carrinhos de duas rodas! (Adoraaava aqueles carrinhos!) Bons tempos! A realidade é dura nowadays. É ficar de olho nos produtos, para certifica-se que os tomates não vão chegar esmagados e os ovos quebrados em casa. Depois: trânsito, casa. Subir com todos os pacotes quatro lances de escada. Uf! Separar os departamentos: pessoal, limpeza, geladeira e armário. E ainda se dar conta que a geladeira, que não possui frost free, está o verdadeiro Pólo Norte. Snif... Snif... É uma tristeza, uma canseira... E depois disso tudo, ainda ter que trabalhar!! Eu quero ser criança de novo! :P
5. O síndico do meu prédio. Ele não tem o que fazer e, por isso, dá conta da vida dos outros, fazendo de um tudo para atrapalhar a vida alheia. É aposentado, não tem nada com o que ocupar a cabeça além de tornar a vida dos ASG’s um inferno (tanto que só 1 conseguiu passar mais de 02 meses lá) e, em doses homeopáticas, as dos condôminos. O caso é que a figura é louca. No tempo em que ele não era síndico, sua função era infernizar a vida da ex-síndica, com todo o tipo de artifício possível e imaginável: de brigas ao terror psicológico. Bem, diante de tal fato, o djabo é quem se dispunha ao cargo e ter que suportar esta criatura do demo. Sendo assim, o próprio é o síndico hoje, o que, por um lado, amenizou os conflitos. Mas o fato é, insisto, que ele é doido. Pois ontem, para piorar toda a situação descrita no item 04, ele saiu de sua casa e foi nos “advertir” que tínhamos deixado um saco escorando o portão de dentro (de acesso ao hall, não era nem o de acesso ao prédio) aberto enquanto subíamos com a feira, o que era proibido. Que ia contra as regras do condomínio e que estávamos colocando a nossa própria segurança em perigo. Claro que no pingo do meio-dia, cansadas e com 5 kg em cada mão, minhas colegas e eu não queríamos escutar nada! Se não podia, então que tirasse o saco, calasse a boca e se recolhesse ao quinto dos infernos de onde saiu, mas não ficasse 10 min budejando no meu pé do ouvido tentando me convencer que era meu amigo. AH! Faça-me o favor. Regras têm que ser cumpridas, é claro. Mas em alguns casos, o bom senso deve prevalecer também. 05 minutos com o portão aberto não iam causar uma onda de homicídios no prédio. Só se ele, revoltado conosco, resolvesse nos assassinar... ou nós a ele, quem sabe. Hoje a criatura do demo disse que queria conversar conosco, porque era nosso amigo, que sempre foi bacana (palavras dele) com a gente, que gostava dos nossos pais (eu mereço!) e ontem ocorreu um mal entendido... ‘ Humpf! Ainda mais essa na minha nada mole vida... Leia os meus lábios, síndico: M-O-R-R-A! É por essas e outras que ando tão afixionada em Scarface. (6)